A Natureza tem sido fonte de recursos medicinais por milhares de anos e um grande número de compostos medicinais têm sido retirados das plantas. As plantas produzem uma variedade de moléculas bioactivas sendo assim uma fonte importante na cura, as plantas superiores continuam a ser utilizadas na manutenção da saúde na maioria das comunidades, mesmo com o advento da moderna medicina.
Farombi, 2003

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Medicina Tradicional Chinesa (MTC) (Pesquisa da sessão 41 e 42)

Observações pessoais:  Neste post refiro um pouco do que é a Medicina Tradicional Chinesa, um pouco da sua história e origem, e as suas propriedades. É um tipo de medicina relacionada com a ideia de equilíbrio, estando muito ligada ao símbolo do yin yang.

As origens dos fundamentos da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) quase se perdem nos tempos mais imemoriais.
No entanto, não é só através das famosas agulhas que esta medicina actua. A fitoterapia, a massagem terapêutica Tui na, o qi gong, e a terapia alimentar chinesa, além da auriculoterapia, da moxabustão, ou da ventosaterapia, que partilham os princípios básicos da acupunctura, são outras técnicas terapêuticas que englobam uma medicina cujos primeiros registos escritos datam de há cerca de 3500 anos.
Apesar da longevidade, a MTC evoluiu ao longo dos anos e chegou aos nossos dias com a sua popularidade reforçada: além de continuar a ser amplamente utilizada no Oriente, é cada vez mais procurada no Ocidente.

A sua eficácia reflecte-se no facto de ter sido oficialmente reconhecida pela Organização Mundial de Saúde, em 1979, enquanto meio terapêutico, indicado para a cura de, pelo menos, 43 doenças entres elas:
                - Asma, sinusite, bronquite e problemas respiratórios;
                - Problemas neurológicos e musculares (dores de cabeça, cervicais e lombares, periartrite escapulo-humeral, ciática, tendinites e nevralgias);
                - Artrite;
                - Problemas digestivos (gastrites, hiperacidez, hepatites, prisão de ventre e diarreias);
                - Problemas urinários, menstruais e de fertilidade;
                - Insónia, stress e depressões;
                - Dependências de tabaco, álcool e drogas.
O desenvolvimento da MTC está intimamente ligado às escolas filosófica, sobretudo ao taoísmo, cujos fundamentos se baseiam na crença da existência de uma realidade suprema em todas as coisas. De acordo com esta filosofia, o Homem insere-se na Natureza e interage com esta, sendo ambos regidos pelas mesmas leis que controlam a energia, ou seja, o fundamento da vida.
A evolução acontece graças a um fluir constante de energia, o tao, representado pela famosa figura circular que engloba duas imagens semelhantes, mas com cores e localizações contrárias. Essas duas imagens, opostas, mas complementares, são o yin e o yang, princípios existentes em todas as coisas. O ying, a metade escura, está ligado à noite, à tranquilidade, à passividade, enquanto o yang, a metade clara, corresponde ao dia, à tensão e à actividade. Assim, tudo no Universo evolui a partir do constante equilíbrio de ambos. Também no organismo humano, a saúde depende desta harmonia.
A energia vital que se encontra em todas as coisas, o qi, circula pelo corpo através de canais que o percorrem longitudinalmente, os meridianos. Ao longo de cada desses meridianos, encontram-se os pontos de acupunctura, usados para a activar ou travar a energia que circula pelos mesmos e, assim, estabilizar o equilíbrio entre o ying e o yang. Cada meridiano está ligado a determinados órgãos, mas com estes se influenciam entre si, também os pontos se interligam, o que resulta numa enorme quantidade de possibilidade para influenciar o fluir da energia.
De acordo com as ancestrais teorias chinesas, todas as coisas materiais são constituídas por cinco elementos:
                - Madeira;
                - Fogo;
                - Terra;
                - Metal;
                - Água.
Estes cinco elementos estão combinados em diferentes proporções e, no corpo humano, têm correspondência com os cinco órgãos principais:
                - Fígado;
                - Coração;
                - Baço;
                - Pulmões;
                - Rins.
O mesmo ocorrendo com outros cinco, estes secundários:
                - Vesícula;
                - Intestino delgado;
                - Estômago;
                - Intestino grosso;
                - Bexiga.
Devido a factores internos ou externos, o equilíbrio energético entre estes elementos pode sofrer alterações, causando doenças. Entre os factores internos, destacam-se:
                - Dieta;
                - Emoções fortes ou prolongadas;
                - Cansaço excessivo;
                - Falta de repouso;
                - Traumatismo.
Já os factores externos capazes de provocar instabilidade energética ao penetrarem o organismo, estão divididos em:
                - Frio/calor;
                - Vento/humidade;
                - Secura/canícula.
Pela forma com actuam, estes factores afectam o organismo de modo diferente. Assim, os de origem interna originam sintomas moderados, que se prolongam no tempo durante a evolução gradual da doença. Já os externos causam perturbações que surgem de forma súbita, com sintomas intensos e de rápida evolução.
Como tal, sempre que o organismo adoece, há que procurar a origem do desequilíbrio energético que provoca a enfermidade. Ao encarar o Homem como um ser em que o físico não se pode separar do espiritual, a MTC procura, acima de tudo, tratar a causa do mal-estar, não apenas eliminar os seus sintomas. Assim sendo, torna-se uma forma de tratamento com resultados mais satisfatórios no que diz respeito aos problemas crónicos, pois previne crises em vez de centrar-se apenas em remediar os resultados das mesmas.

s.a, Colecção “Medicinas Alternativas e Métodos Naturais”, Editora Euro Impala, s.d, Sintra

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